Lei Ordinária 4620/2019

Tipo: Lei Ordinária
Ano: 2019
Data da Publicação: 16/10/2019

EMENTA

  • Denomina o Cemitério Municipal de Porto União de “Prefeito Antiocho Pereira”.

Integra da Norma

LEI Nº 4.620, de 14 de outubro de 2019.

 

 

 

 

 

Denomina o Cemitério Municipal de Porto União de “Prefeito Antiocho Pereira”.

 

 

 

 

 

O PREFEITO MUNICIPAL DE PORTO UNIÃO, Estado de Santa Catarina, usando da competência privativa que lhe confere o inciso IV, do artigo 64, da Lei Orgânica do Município, faço saber que a Câmara Municipal decreta e eu sanciono a seguinte LEI:

 

 

Art. 1º – Fica denominado o Cemitério Municipal de Porto União de “Prefeito Antiocho Pereira”.

 

Art. 2º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

 

 

Porto União (SC), 14 de outubro de 2019.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

     ELISEU MIBACH                                                           RUAN GUILHERME WOLF

      Prefeito Municipal                                              Secretário Municipal de Administração e Esporte

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

ANEXO I

 

 

ANTIOCHO PEREIRA nasceu em Paranaguá – PR, no dia quinze de outubro de 1881, filho do farmacêutico, jornalista, abolicionista, republicano, participante da Constituinte de 1891 pelo Paraná e naturalista do Jardim Botânico do Rio de Janeiro, “Fernando Machado de Simas” e de “Escolástica Pereira Alves”. Foi batizado em 10 de fevereiro de 1883, tendo como padrinho o ilustre empresário e político paranaense Maurício Sinke e Madrinha a histórica professora parnanguara a Senhora Maria Theodora dos Anjos.

Antiocho era trineto por parte materna do último Capitão-mor de Antonina, Manoel José Álvares, patriarca da família Alves, elencada no volume 05 da obra “Genealogia Paranaense” de Francisco Negrão. Portanto, ligado pelo sangue a inúmeras figuras de prestígio do cenário paranaense e brasileiro, entre eles o Barão do Cerro Azul, Conselheiro do Império Doutor Manoel Francisco Correia, Desembargador Agostinho Ermelino de Leão e o também Conselheiro e ex-ministro do Império Manoel Alves de Araújo.

Sua família transfere residência aproximadamente entre os anos de 1886 e 1887 para Petrópolis e depois para o Rio de Janeiro, onde passou sua infância e juventude, percorrendo ali toda sua vivência escolar.

Estudou Farmácia no Rio de Janeiro, onde trabalhou em famosos laboratórios de Orlando Rangel e em outros estabelecimentos da época. Adepto do cultivo intelectual, na memorável ex-capital da República, convivendo com figuras eminentes do meio intelectual brasileiro. Era primo de Leôncio Correia, nome que se destacou profundamente nos salões culturais brasileiros.

Em 1909 transferiu-se para Curitiba, morou junto com seu tio Cypriano Gonçalves Marques, farmacêutico e político curitibano, natural de Paranaguá e que era casado com a tia materna de Antiocho, a Senhora Anna Pereira Marques.          

Casou-se em junho de 1910, em São José dos Pinhais-PR, com Maria Carolina Huergo, descendente de importante família da aristocracia portenha, filha de Palemón Carlos María Huergo e Maria de Carvalho Huergo. Dona Marica, como era conhecida, era neta paterna e afilhada de batismo de Don Palemón Huergo (escritor, político, ex-presidente do Banco da Província de Buenos Aires e diplomata, com larga atuação em Buenos Aires/Argentina e em países da Europa). Do enlace nasceram seis filhos: Epaminondas, Ariosto, Flora, Jandira, Yolanda e Renato.   

Antiocho Pereira transferiu sua residência para a então Colônia Federal Cruz Machado, atual Município de Cruz Machado – PR, fundada em 19 de Dezembro de 1910. Em 1911 Antiocho já estava na região de Cruz Machado, todavia somente em 1915 foi nomeado pelo governo da República ao cargo de farmacêutico do Núcleo Colonial Cruz Machado, em cuja função permaneceu até 1917.                                                               

Foi condecorado pelo governo da Polônia, com a Medalha de Mérito, por relevantes serviços prestados a Colônia de Cruz Machado, e também recebeu o Título de Cidadão Honorário. Como demonstração de gratidão dos colonos daquela terra, recebeu uma casa em União da Vitória, para morar com sua família.

Pessoa culta que tinha o hábito da leitura e do estudo, possuía uma das maiores e melhores bibliotecas das cidades irmãs. Dedicou-se também ao jornalismo, com enfoque nos assuntos agrícolas, dos quais tinha grande conhecimento.

Em 25 de novembro de 1930 foi empossado Superintendente do Município de Porto União-SC, pela Junta Militar Revolucionária. Pediu exoneração do cargo através de ofício remetido em 20 de Abril de 1933 ao Coronel Aristiliano Ramos, deixando a prefeitura em 24 de abril daquele ano.

Entre suas ações como Prefeito, destaca-se a organização do ensino público. Foi um dos fundadores do “União Esporte Clube”, pois também via no esporte, elementos de educação social e saúde. Realizou o primeiro ajardinamento da Praça Hercílio Luz. Em 1931, inaugurou as obras do Cemitério Municipal de Porto União, cuja placa do ato, está afixada na parede de entrada, lado de dentro do referido cemitério.

Pela grande atuação na região, também contribuiu para o desenvolvimento de Porto União, fazendo jus a este reconhecimento.